O mês de março chega com a temática do Março Azul-Marinho para alertar sobre o câncer colorretal, também conhecido como câncer do intestino. Duas pessoas públicas que travam uma luta contra a doença atualmente são as cantoras Simony (ex-Balão Mágico), de 46 anos, e Preta Gil, 48. O ex-jogador Pelé, de 81 anos, também foi acometido pelo mesmo câncer e morreu em consequência da doença há três meses.
Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) apontam o surgimento de aproximadamente 46 mil novos casos do câncer colorretal por ano no país, o que tem se tornado mais comum na vida das pessoas com menos de 50 anos. É importante, portanto, realizar os exames mesmo que não tenha sido detectado nenhum sintoma, como orientam os especialistas.
O médico Gustavo Buscacio, oncologista do Hospital Adventista Silvestre do Rio de Janeiro, afirma que o câncer de cólon pode não ter sintomas nas fases iniciais (assim como outros tumores), mas que, quando ocorrem, os mais comuns são: alterações no trânsito intestinal podendo ser também nas características das fezes, sangramento na evacuação, dores abdominais e cansaço.
O aparecimento da doença se dá no aparelho intestinal, podendo ocorrer no intestino grosso (chamado de cólon), no reto (final do intestino) e no ânus. Seu desenvolvimento começa a partir de pólipos que são lesões benignas que crescem na parede do intestino. Com a retirada do pólipo, a possibilidade do desenvolvimento da doença é anulada e, por isso, é indicada a realização do exame de prevenção para que a doença seja extinta antes de um estágio preocupante.
"O câncer de cólon é mais frequente entre os homens. Homens e mulheres possuem o mesmo risco de câncer de cólon, mas eles são mais propensos a ter câncer de reto. O principal exame de rastreamento é o exame de colonoscopia, indicado a partir dos 45 anos. Algumas pessoas podem ter indicação de iniciar mais cedo, a depender da história familiar, assim como outros fatores clínicos, sendo importante relatar o histórico familiar e os hábitos diários para o médico que esteja atendendo no momento", argumenta o médico.
Entre os principais fatores de risco para o câncer colorretal, estão a idade, história familiar, doenças inflamatórias intestinais, obesidade e hábitos de vida inadequados, como sedentarismo, consumo de bebidas alcoólicas, tabagismo e alimentação pobre em frutas e verduras, assim como rica em alimentos processados.
"Para reduzir o risco do câncer de intestino, devemos adotar hábitos de vida saudáveis e realizar a colonoscopia, exame este que pode detectar e remover pólipos antes de evoluírem para um tumor de intestino. Outros exames podem ser utilizados em casos selecionados para detecção de câncer de cólon, como, por exemplo, a pesquisa de sangue oculto nas fezes e exames de imagem", defende o oncologista.
ORIGEM DA CAMPANHA
A campanha Março Azul-Marinho foi criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) com o objetivo de conscientizar as populações sobre a importância da prevenção do câncer colorretal. Diante de sinais e sintomas persistentes suspeitos para câncer de cólon, como alterações do hábito intestinal, dores abdominais e sangue nas fezes, as pessoas devem buscar uma avaliação médica, com especialistas como gastroenterologistas ou proctologistas. Nos casos confirmados, é fundamental a avaliação também com um oncologista.
